1 ano de Toulouse – a casa

Faz um ano que nos instalámos em Toulouse.
Foram precisas algumas semanas para o Pedro aceitar a proposta que nos trouxe aqui, alguns dias para eu decidir que me despedia do meu trabalho em Lisboa e que vinha com ele e, cerca de 5 horas para empacotar a nossa casa (com a ajuda de profissionais, claro!).
Dois dias depois da minha chegada a Toulouse, chegaram as nossas coisas, dentro de um camião.
Esta, era então uma casa vazia e ao mesmo tempo cheia…de caixotes e de bagunça.
Depois de passarmos uns dias a viver num hotel, finalmente conseguimos criar condições para nos mudarmos.
No início, estranhámos tudo! Eu, mal aqui entrei, tive vontade de chorar e só queria ir-me embora. Achei tudo muito feio, desde o chão de mosaicos brancos, os ângulos da construção, uma coluna no meio do hall de entrada, a tinta e a qualidade do material das paredes, as escadas brancas para o andar de cima, era tudo horrível! Mas tentei disfarçar a minha reacção o melhor que pude porque foi o Pedro que escolheu a casa e eu não queria que ele se sentisse mal.
O Pedro, por sua vez, não conseguia dormir porque ouvia os carros a passar na rua a noite toda.
E, a cereja no topo do bolo: havia uma família de pombos a viver por cima da varanda da cozinha que nos sujava a parede, as janelas dos quartos e a própria varanda…sujavam tudo, para ser mais exacta.
Casa 1 Casa 2Eu estava triste, mas positiva. Sabia que íamos conseguir fazer deste espaço a nossa casa e de certeza que daí a uns dias estaríamos acostumados aos barulhos todos e já nem os íamos ouvir. Eu morei ao lado da pista do aeroporto de Lisboa uns quantos anos e, se no início saltava da cama em pânico quando ouvia um avião depois, dormia  a noite toda e não dava por nada. O que é que são uns carros comparando com isso?!
O Pedro estava furioso, não dormia, não conseguia deixar de ouvir os carros e ficava assim, perdido, num círculo vicioso em que o cansaço de não dormir o deixava ainda mais chateado e só via uma solução: “Vamos mudar-nos!“.
Eu, só de pensar no trabalho que tinha dado encontrar esta casa e no que seria passar outra vez por isso, até tremia…
Pouco a pouco, fomos abrindo os caixotes e transformando este espaço na nossa casa.
Cada caixote que saía daqui vazio era uma pequena vitória e mais um passo no sentido de nos sentirmos cada vez mais instalados.
Com os móveis nos sítios certos, os quadros nas paredes e o problema dos pombos resolvido pelo condomínio, as coisas compuseram-se e até as noites passaram a ser mais tranquilas.casa_depoiscasa_depois 2 Um ano depois, olhamos à volta e estamos satisfeitos. Sentimo-nos bem nesta nossa casa.

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