Caligrafia: 10 dicas para melhorar

Já vos falei de como aprendi a caligrafar e de quais as minhas fontes de inspiração.
Hoje, conto-vos aquelas que são as minhas dicas. Pequenas coisas que aprendi com a prática, com os meus erros e com a opinião de outros que sabem mais disto do que eu:

1. O papel faz TODA a diferença
Usem papéis adequados. Por todo o lado vão ler que os blocos da Rhodia são os melhores e os que não vos dão cabo das canetas. É verdade! Eu deixei de ser tonta, já tarde…comecei por praticar em papel de aguarela e claro, as minhas primeiras canetas Tombow, estão arruinadas…

2. Comecem pelas canetas de ponta fina
Bem sei que aqueles vídeos com as dual brush pens da Tombow dão vontade de começar por aí. Eu caí nesse exacto erro. Para aprender, essas canetas, são as piores. Comecem por canetas de ponta fina, as minhas preferidas são as Pilot. Dominem a forma como se traçam as linhas principais e pratiquem muito com estas canetas mais pequenas. Só depois, já com outra confiança, faz sentido avançar para as brush pens.

3. Pratiquem muito
Vão ler isto em todo o lado, mas é a maior verdade. Só depois de mais de um ano a dedicar algum tempo a isto é que comecei a ficar satisfeita com os resultados. Hoje, apesar de não ter um estilo perfeito, consigo fazer coisas das quais não me envergonho e até desenhei, pintei e escrevi um rótulo para uma cerveja. Há muitas folhas de exercícios gratuitas, em blogs e sites sobre este tema.

4. As “upstrokes” não têm que ser tão finas assim
A melhor dica que li e que muito me ajudou a melhorar. As regras mais básicas da caligrafia dizem que se devem fazer: linhas finas, quando a caneta sobe (“upstrokes”) e linhas grossas, quando a caneta desce (“downstrokes”). Muitas vezes, ao tentar fazer uma linha o mais fina possível, a minha mão tremia. Percebi, com a prática, que se deixar que as linhas finas sejam um pouco mais grossas e depois, fizer linhas grossas, bastante grossas, as proporções continuam equilibradas e as letras não padecem de Parkinson.

5. Nem sempre devagar leva ao longe
Em todo o lado, leio que devemos fazer as letras devagar, um traço de cada vez, como se estivéssemos a desenhar letras e não a escrever…para mim, essa regra, não estava a resultar. Ficava de tal forma obcecada com os traços perfeitos, que me esquecia de letras nas palavras e as proporções não ficavam correctas. Eu preciso de sentir que estou mesmo a escrever e de forma fluída.

6. Inspirem-se
Vejam muitas coisas feitas por pessoas diferentes. Não caiam no erro de ficarem deslumbrados com uma pessoa e quererem fazer tudo igual a ela. Acompanhar o trabalho de pessoas com diferentes estilos ajuda a percebermos como cada pessoa interpreta as “regras” e as adapta para si. Além de abrir horizontes e estimular a criatividade.

7. Sejam fiéis ao vosso estilo
No início, tudo o que via me parecia igual. Como se todas as pessoas tivessem a mesma letra e isso não fazia nenhum sentido, para mim. Aquilo que eu queria era aprender a fazer “letras bonitas”, mas não iguais às de todos os outros.
É um processo difícil, mas é o meu objectivo: ter uma letra bonita, mas que seja a minha.

8. Arrisquem
Quebrar as regras só ajuda a definirem ainda mais o vosso estilo. Não é porque as regras dizem que as letras devem estar todas alinhadas, ou que não se devem usar mais que dois tipos de letra num mesmo trabalho que isso resulta sempre melhor.

9. Misturem técnicas
Comecei a sentir-me mais satisfeita com as minhas letras, quando comecei a usá-las noutros contextos que não apenas uma folha branca com palavras. Apesar da caligrafia ser onde comecei, rapidamente passei a usar as palavras apenas como acessório dos meus desenhos e das minhas aguarelas.

10. Não tenham vergonha do vosso trabalho
Muitas vezes bloqueio a olhar para alguma coisa que me parece menos bem feita e nem sequer arrisco mostrar a ninguém. É uma parvoíce. Até porque quando mostro, normalmente a reacção da outra pessoa é muito mais positiva do que imaginei e só me incentiva a continuar. É um ponto no qual ainda estou a trabalhar, mas aviso da sua importância.

 

Espero que aqueles que se interessam pelo tema tenham encontrado aqui algo de útil.
Aos outros, peço desculpa e prometo que nos próximos tempos não falarei mais sobre letras.

 

 

 

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