Embora actualmente não me dedique às plantas como antes, continuam a ser um tema que me interessa. Especialmente porque vivo num país tropical e rodeada de toda a espécie de plantas exóticas e maravilhosas.
Quando andei a rever o blog para o reanimar, ponderei eliminar ali a secção Plantas, mas acabei por decidir mantê-la. É que, ainda que eu agora não me dedique à jardinagem, continuo a coleccioná-las, embora de uma forma um pouco diferente.
Como mudei a minha forma de coleccionar plantas:
Vivi em Toulouse 3 anos, num apartamento com uma varanda onde tinha espaço para uma oliveira pequena, vasos de alfazemas, cactos, suculentas, hortelã, morangueiros, tomateiros e até beldroegas. Dentro de casa também tinha algumas plantas mais pequenas como orquídeas e outras mais sazonais. Ao mudar de Toulouse para Seattle, tive que as abandonar todas e custou-me muito. Tanto que prometi não me meter mais nisso de dedicar tempo, dinheiro e afecto a algo que depois não podia manter comigo, nem assegurar a sobrevivência.
Quando cheguei a Seattle e vi que a nossa futura casa tinha jardim e quintal já plantados, fiquei toda contente. Não só podia continuar a jardinar como, quando um dia me fosse embora, as plantas continuariam lá e alguém iria tratar de as manter ou a própria Natureza se encarregaria disso.
Aqui na Malásia, a nossa casa não tem o seu próprio jardim, mas está rodeada de plantas que pertencem às áreas comuns do condomínio. No início tive pena, porque não posso pôr a mão na massa e jardinar, mas depressa percebi que é melhor assim, porque de cada vez que vou lá para fora, levo 600 picadas de mosquito e portanto, jardinar, aqui, é uma actividade de risco. Mas todos os dias vejo plantas deslumbrantes. Sendo este um país de clima quente e húmido, onde quase todas as semanas caem umas boas chuvadas, é comum ver aqui árvores que até então só tinha visto sob a forma de planta de vaso.
Impossibilitada de trazer tudo o que é verde e florido para dentro de casa, adoptei uma nova estratégia e passei então a coleccionar plantas em foto e até a passar algumas delas para as minhas pinturas.
Mostro-vos alguns dos meus novos exemplares divididos em 2 categorias:
Flores
O que eu AMAVA ter um laguinho cheio destas flores de Lótus. Desconfio é seja coisa para atrair muitos mosquitos, mas é um plano a ponderar, um dia, quem sabe, talvez… Até porque a raiz e comestível e faz umas chips deliciosas. Podia plantar várias e ao aproximar-se a data de mais uma mudança, viravam simplesmente refeição, win-win.
Hibiscos coloridos, Fragipani cheirosas, Poincianas ou Strelizias de forma estranha, ao nível das flores a variedade é mesmo imensa. Fico sempre maravilhada com o facto de, mesmo não havendo oficialmente Primavera, todas as épocas serem de flores. Haverá certamente um ciclo para cada espécie de planta, mas o certo é que independentemente de ser Maio ou Dezembro, há sempre flores por todo o lado.
Folhagens
Todas estas folhas maravilhosas são de plantas aqui à volta da minha casa. Algumas delas, são exemplo do que dizia de que, até vir para aqui, só as tinha visto na versão plantinha de vaso. Com clima tropical Asiático todas viram rapidamente árvores.
A Traveler’s palm, na foto em baixo à direita, é um leque de folhas parecidas com as da bananeira e tem um tamanho indescritível, que não dá para compreender por esta foto, mas que vos asseguro que é impressionante.
Descobri nas pequisas para escrever este post que esta Dieffenbachia é altamente venenosa e pode ser letal em poucos minutos. Ainda bem que resisti a trazer um bocadinho para pôr na jarra aqui em casa…
Como há muitas destas plantas que me são desconhecidas, passei também a usar o Seek uma app que funciona como um Shazam da Natureza e me ajuda a indentificá-las. Ou seja, abre-se a app, aponta-se a câmara do telefone para a respectiva planta (ou animal) que queremos identificar e, com base na nossa localização e nas espécies que a habitam, ela diz-nos qual poderá ser. Nem sempre funciona, mas funciona muitas vezes e tem-me sido bem útil.
Também uso a mesma app para identificar os frutos de aspecto exótico que às vezes compro só para experimentar sem fazer sequer ideia do nome.
Embora esta forma artificial de coleccionar plantas seja mais fácil de gerir do ponto de vista emocional e logístico em cada mudança, a verdade é que me faz falta a animação que umas plantinhas trazem à casa.
Talvez em Jakarta tenha a sorte de voltar a ter uma casa com verdura já incluída.