Quando estamos longe do nosso país passamos a olhar para as “nossas” coisas de maneira diferente. Damos mais importância a tudo o que já gostávamos e passamos a ter olhos para aquilo em que nunca tínhamos reparado.
Quando em 2012 me mudei para Bruxelas, de repetente “percebi” que em Portugal havia sol, que em Lisboa havia um rio e ali mesmo ao lado era o mar.
Claro que já estava cansada de saber isto tudo antes, fartei-me de apanhar sol, de beber Martinis junto ao rio depois do trabalho e de dar mergulhos desde o Meco até ao Guincho. Mas foi só depois de me ver lá longe que passei a perceber a importância que tudo isto tinha na realidade.
Agora, já em Toulouse, percebi que gosto tanto do nosso peixe grelhado e da sopa de beldroegas da minha mãe…só me faltava começar a gostar de azeitonas (não vai acontecer!)…
Enquanto não chega a hora de ir matar saudades de tudo isto, aqui por casa procuramos ter coisas que nos trazem boas lembranças da nossa casa.
Estas andorinhas que estão na minha mesinha de cabeceira são um exemplo disso.
Comprei-as na feira da Luz (a de Lisboa, não a de Montemor) há três anos atrás. E bem que podem ser pirosas, que são.
Mas juro-vos, têm cheiro a massa frita (farturas para os lisboetas), a peixe grelhado e a mar e quando lhes toco queimam como o sol de Portalegre quando vamos apanhar espargos ao campo.
E só por isso são lindas!
A menina das alianças!! :-)
Não há terra com’á minha!!! Em casa da avó houve em tempos umas andorinhas dessas a “esvoaçar” na parede do corredor…Fazem parte das minhas (boas) memórias de infância…
:)