Há cerca de dois anos, decidi começar a fazer uma coisa que teve resultados muito interessantes e que hoje partilho convosco, porque gostava que se sentissem inspirados a fazer o mesmo (olha eu armada em guru inspirador).
As redes sociais, especificamente o Facebook, têm muito de antissocial.
Se por um lado, temos acesso à informação que determinado amigo decide partilhar com a sua plateia e, com isso, a sensação que sabemos algo sobre essa pessoa, por outro, se não dedicarmos uns minutos a contactar a pessoa, a perguntar-lhe “Olá, como estás? O que é feito de ti?”, a verdade é que não sabemos nada de nada.
Sempre fui criteriosa com as pessoas que aceito como amigos no Facebook. Não tenho estranhos, não tenho conhecidos e, embora tenha pessoas que não considero suuuper amigas, se ali estão é porque temos ou tivemos uma boa relação. Mas tenho alguns espectadores, pessoas que chegaram em silêncio e estão só ali, tal como eu também sou espectadora de muitas outras. E, a certa altura, isso começou a fazer-me confusão…
Sabem o Jaime que andou convosco no ciclo e com quem não falam há 20 anos? A Sandra, que era a vossa companheira de idas à praia e que viram no Facebook que se mudou para a Arábia Saudita? A Ana, ou o Carlos, colegas da Escola Primária de quem eram tão amigos e de quem nunca mais ouviram falar? A Telma, com quem passaram tantas horas a brincar e a fazer asneiras (e com quem tiraram aquela foto ali em cima, num hotel da Serra da Estrela, em 1994/5)? Todas essas pessoas, amigos passivos no Facebook, com quem eu tenho tão boas memórias, e que nas vossas vidas terão outros nomes?
São pessoas que talvez já não tenham nada em comum comigo actualmente (ou até tenham muito mais do que imaginei), mas por quem tenho carinho e que estão ali de molho na lista de amigos do Facebook, espectadores silenciosos, gostadores mútuos ocasionais…
“Tens sabido da/o Maria/António?”
“Ah, nunca mais falei com ela/e, mas vou vendo no Facebook e fez isto, aquilo, etc, acho que está tudo bem.”
Quantas vezes já deram convosco a ter uma conversa parecida com esta? Pois… Começou a pesar-me essa faceta antissocial da rede social e quis inverter a tendência.
E então, o que fiz eu?
Simples (primeiro, fiz uma limpeza…ahahah), usei uns minutos do meu tempo e mandei uma mensagem a cada um desses amigos perdidos no tempo. Mas uma coisa personalizada. Puxei pelas minhas memórias de momentos em comum e falei-lhes sobre isso. Todos reagiram de forma muito positiva, pediram-se algumas desculpas, esclareceram-se mal-entendidos, contaram-me histórias de que já não me lembrava e percebi que até era mais cool do que pensava.
A minha lista ainda é longa, faltam-me muitas pessoas para cumprir a minha tarefa a 100%. Mas, o resultado tem sido muito giro, as reacções são sempre boas, os contactos retomaram-se e talvez até possam surgir alguns reencontros. Ou não, se isso não fizer sentido, mas reavivei boas memórias e valorizei aquilo que, a certa altura, nos aproximou.
E é isso que gostava de vos incentivar a fazerem também, olhem para a vossa lista de amigos e escolham alguém por onde começar.
Estou tão fofinha hoje :)