Duração: 2 dias
Destinos: Gorges du Tarn
Deslocações: carro, a pé e canoa
Alojamento: Hotel Domaine Saint Esteve – via booking.com
Mês: Junho de 2013
De todos os sítios que já visitámos em França, este foi sem dúvida o que mais gostei. Talvez porque não sabia bem ao que ia, ou porque apanhámos um tempo magnífico, ou então porque, como já vão ver, este sítio é realmente espectacular.
Adorei e estou farta de publicitar as Gorges du Tarn a toda a gente e mais alguma.
A nossa visita foi curta mas muito bem aproveitada. Saímos de Toulouse num Sábado de manhã e regressámos no Domingo já de noite. À saída de casa, sabia que íamos para um fim-de-semana de Natureza e que o Tarn é um rio. Portanto, haveria de haver caminhadas e mergulhos incluídos no programa.
O que eu desconhecia, é que havia muito mais para além disso (como se passear e dar mergulhos não fosse já suficientemente bom).
A paisagem natural é fantástica, e as pequenas vilas que se encontram ao longo do rio também são de ficar de boca aberta.
Há actividades para todos os gostos e para todos os níveis de emoção. Desde as caminhadas mais, ou menos aventureiras, escalada, descidas do rio em várias modalidades, passeios a cavalo, parapente, visitas à casa da cereja em Paulhe e a queijarias um pouco por toda a região, grutas e museus geológicos ao ar livre, a cidade dos insectos, passeios de comboio a vapor, ou simplesmente jobóiar à beira rio, entre muitas outras opções. (ver site do turismo da região para mais info)
Dia 1 – Sábado
Cerca de 3 horas depois de sairmos de Toulouse, começámos o nosso passeio em Florac, na parte mais afastada, da zona considerada como gorge. Foi um dia para fazer o reconhecimento de toda a zona, para andarmos muito a pé pelo meio do campo, andarmos também muito de carro, pela estrada estreitinha que serpenteia ao longo do rio e para visitar algumas vilas.
Esteve sempre um dia meio cinzento a ameaçar chuva, o que até foi bom para passear.
Terminámos o dia na outra ponta das gorges, em Millau, onde marcámos alojamento num hotel que, não sendo o luxo dos luxos, era muito bom. Os quartos são casinhas de madeira, muito limpas, bem equipadas e com uma vista fantástica para uma das maravilhas do mundo da Arquitectura e da Engenharia, o viaduto de Millau. Sim, ter vista para o viaduto, neste caso, é uma coisa muito positiva.
Jantámos num restaurante óptimo, recomendado na recepção do hotel – Au Jeu de Paume – e depois demos uma volta curta por Millau, onde havia um festival de jazz. Como estávamos mortos de cansaço, acabámos por não aproveitar este evento e seguimos para o nosso bungalow.
Dia 2 – Domingo
O segundo dia amanheceu com um Sol daqueles e, como já estávamos familiarizados com os diferentes pontos altos de toda a região, saímos de Millau bem cedo, directos para La Malène. Alugámos uma canoa e fomos descer o rio, num percurso de 11 km que nos demorou cerca de 4 horas a fazer. Não porque se demore de facto este tempo todo a fazer 11 km dentro de água, mas sim, porque parámos várias vezes, para piquenicar, mergulhar e tirar fotografias.
Existem várias empresas que alugam canoas com saída de Malène e os preços e trajectos são muito semelhantes. Todas elas, disponibilizam além do material básico (canoa/kayak, remos/pagaias, coletes), um contentor estanque, onde se podem guardar os bens pessoais (roupa, toalhas, telemóveis, etc) e a comidinha (recomendo que levem um bom farnel- há mini-mercados em Malène), sem correr o risco de ficar tudo molhado e, o transporte desde o ponto de chegada, até ao ponto de partida (convém!).O rio, pelo menos nesta altura do ano e, no percurso que fizemos, é muito tranquilo e vêem-se muitas canoas com pais a passear com bebés. Nada de rápidos ou zonas de corrente forte, nem sequer muita profundidade. Muito seguro e calminho.
Eu estava maravilhada com a paisagem e confesso que muitas vezes até me esqueci de remar. Além de que nunca cheguei a dominar bem aquela parte de remar de um lado para virar para o outro…ou será que se remava do mesmo lado para o qual queríamos ir? Lá está…não apanhei…
A água do Tarn é fria, mas tão limpinha que é impossível resistir a muitos mergulhos.
Chegados ao final do trajecto de canoa (há placas ao longo do rio a avisar que estamos a chegar e depois, a identificar o sítio onde devemos parar), apanhámos então uma das carrinhas que transportam a malta de volta ao ponto de partida.
São carrinhas de cerca de 16 lugares (acho), com um reboque onde empilham uma série de canoas e que fazem a tal estrada fininha ao longo do rio, a uma velocidade estonteante. Eu a pensar que andar de canoa rio abaixo era uma actividade radical e vai-se a ver, a emoção estava toda guardada para estes últimos minutos.
Tendo sobrevivido, apanhámos outra estrada inacreditável, que nos leva ao ponto mais alto da região para apreciara vista.
Aqui, há uma espécie de bar/café/cabana que cobra um valor simbólico (1€) visitarmos o miradouro de Roc des Hourtous.
Estamos tão alto, tão alto, que os abutres estão a voar abaixo de nós. Já alguma vez viram uma ave a voar de costas? Pois, é essa a perspectiva que se consegue ter daqui.
Descobrimos, acerca deste sítio, que houve em tempos (em 1990) um corajoso (ou devo dizer, um grande maluco?) que partindo daqui (estamos a 870m metros de altitude), atravessou o vale em equilibrismo num cabo de aço! E não satisfeito, ainda voltou a atravessar, mas de mota e com a mulher pendurada num baloiço?! Isto sim é amor e confiança, chiça!
Já de regresso a casa, decidimos passar por Millau para jantar (cedíssimo) e seguir viagem, com uma paragem estratégica por baixo do viaduto, onde assistimos a um pôr do Sol daqueles típicos dos dias de Verão.
A repetir mal o tempo esteja de feição.